Quando em ópera se ouve soar a meia-noite, melhor será precaver a alma, pois invariavelmente as badaladas prenunciam a desgraça — que o diga a pobre Amelia de Un ballo in maschera de Verdi. Aquando das passagens de ano, porém, a situação inverte-se de forma radical e os sinos tocam alegrias! Os concertos de Ano Novo, que todos os teatros líricos e auditórios do mundo programam para os primeiros dias de janeiro, quase sempre são festivos e propõem pensamentos positivos e otimistas para o futuro. São por isso neles ouvidos – de Viena a Nova Iorque, de Sidney a Lisboa — os mais melodiosos, contagiantes e apelativos conjuntos, coros, aberturas, valsas, polcas e galopes.
O nosso concerto de Ano Novo, em que se juntam os dois grandes corpos artísticos de São Carlos, será também recheado com peças jubilosas de Johann Strauss II, Emmanuel Chabrier, Charles Gounod, numa vertiginosa e melódica viagem que terminará com o popularíssimo Gallop Infernal da opereta Orphée aux Enfers de Jacques Offenbach, o mais contagiante “Can-can” da história da música. Uma eletrizante entrada para 2023!